O Catimbó é uma prática ritualística muito cultuada no nordeste brasileiro.
Sua base tem como origem diversas culturas religiosas, mas vale destacar a influência pagã dos nossos índios com sua pajelança, da bruxaria com a fuga ou exílio dos bruxos e bruxas da Europa, da Igreja Católica, da Magia Cigana e também da cultura africana com a chegada dos negros como escravos para o Brasil.
O culto gira em torno da árvore Jurema que é nativa do nordeste, da família das Acácias que sempre foram consideradas plantas sagradas por diferentes povos e culturas do mundo. Diz a lenda que essa árvore é sagrada pois nela a Virgem Maria teria escondido Jesus Cristo durante a fuga para o Egito.
A diversidade de culturas que criaram o rito enriquece o culto para as práticas de trabalho, e essas práticas do culto sempre foram transmitidas oralmente, esse costume vem da influência da bruxaria européia.
Os espíritos antepassados conhecedores e praticantes do culto que fizeram a passagem também nos trazem através da incorporação seu conhecimento e apoio. São conhecidos como os Mestres do Catimbó.
Como ferramentas de trabalho é importante destacar o cachimbo com sua fumaça sagrada para limpeza e cura, a beberagem sagrada de Jurema, o uso das ervas, rezas, simpatias, garrafadas, cantigas etc. utilizado conforme o conhecimento dos praticantes iniciados no culto e dos mestres e mestras da casa.
Vale ressaltar que os praticantes e mestres do Catimbó da Jurema foram pessoas de diversos níveis culturais, e essa mistura inclui pajés, bruxos, freiras, ciganos, boiadeiros, benzedeiras, parteiras etc.
Portanto, embora o ritual seja simples e alegre como o nordeste brasileiro, possui muita magia, eficácia e mistério.
"Os segredos da Jurema, todo mundo quer saber,
mas é como o segredo da abelha trabalha sem ninguém ver."
Salve a Jurema Sagrada!
